quarta-feira, 3 de setembro de 2014



Extensão    -    29 Km
Grau de Dificuldade    -    Dificil
Localização    -    
Serra do Gerês
Ponto de Partida / Chegada    -     Fafião, Montalegre
Altitude mínima    -    374 m.
Altitude máxima    -    1329 m.
 
 
 
      Mas afinal de contas que serra(s) é(são) esta(s)? Ou melhor, que Parque Nacional é este? O que é que por lá existe que justifique tantas proibições e restrições?
      Certamente muitos dos leitores já se interrogaram por várias vezes acerca destas mesmas questões, numa tentativa de perceber ou compreender as regras extremamente restritivas para quem pisa terreno do PNPG. Existe um plano de ordenamento mas bem que se poderia chamar "plano de proibições".
      Não sou, nem pretendo ser, um estudioso do assunto. Deixo isso para os entendidos na matéria. Como simples cidadão procuro apenas respostas para o seguinte: o porquê de tantas restrições?
      Se comparar-mos, em vários aspectos, as serras localizadas na área do PNPG e mesmo o próprio Parque com outras e outros existentes por exemplo aqui ao lado na vizinha Espanha, para não ir mais longe, começamos a perceber que algo não bate certo. Parece que vivemos num 'mundinho' á parte. Por lá recebem-se os visitantes de braços abertos, por cá 'abrem-se' portas virtuais que apenas dão acesso a um mundo de restrições. Muito mau para um país cada vez mais dependente das receitas geradas pelo turismo.
      Depois temos a questão da formação dos colaboradores que trabalham no Parque, independentemente das funções que desempenhem. Não falo da formação enquanto pessoas, embora isso também seja importante, mas da formação para o desempenho das funções para as quais são incumbidos, e essa parece-me que não existe.
      Só assim se poderá compreender a forma como eu e os meus camaradas de jornada fomos abordados, poucas centenas de metros depois de a ter-mos iniciado, numa zona classificada como… área de ambiente rural! Abordagem grosseira, sempre com um ar arrogante e num tom intimidador.
      Obviamente sendo eu um apaixonado pela montanha e seu zelador, seja ela o Gerês ou outra serra qualquer pois para mim são todas iguais, senti-me atingido na minha liberdade e insultado na minha inteligência.
      Infelizmente esta é a imagem que 'passa' do nosso único parque nacional. Uma imagem triste, onde os amantes da Natureza e da prática de actividades com ela relacionadas são tratados como se fossem uns quaisquer delinquentes.
      Mas como já o disse prefiro continuar a concentrar-me no que realmente interessa: caminhar e conhecer! Vou ao encontro da natureza e, neste caso, da montanha como homem livre e jamais permitirei que interfiram nesse meu espaço de liberdade!
      Grande abraço aos camaradas de jornada, pessoas integras e, tal como eu, homens livres!
      A parte boa da história fica ao encargo da reportagem fotográfica.
 
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     

7 comentários:

  1. Local fantástico. As fotografias estão muito boas. A subida ao topo de Porta Ruivas está em standby à anos. Talvez ainda a faça este ano. Abraços.

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    1. Olá Órion,

      A forma como somos presenteados ao chegar ao alto de Porta Ruivas justifica todo o caminho até lá!
      Brutal! Não adies mais! E se não quiseres ir sozinho... ;)

      Grande abraço para ti e toda a família.

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  2. Olá Alberto, trilho espetacular, sei que o fizeram em junho e está na minha lista para muito breve. Em relação ás restriçoes, são o espelho do País que somos. Só espero que os nossos jovens cresçam com outra mentalidade. Até lá temos de ser felizes á nossa maneira.
    Boas caminhadas

    Teixeira e Célita

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    1. Olá Célitos,

      É difícil compreender as regras deste parque e, pior ainda, o modo de actuar.
      Gostava que isto melhorasse mas estou pouco crente.
      Temos é que manter o espírito aberto e não nos mostrar-mos intimidados.
      Falando do trilho, foi sem dúvida inesquecível! Aconselho vivamente!
      E se necessário... apitem... ;)

      Alberto

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  3. Olá amigos montanheiros,

    - Obrigado pela partilha de mais uma arrebatadora incursão ao “nosso” Gerês. Quero também aqui deixar a minha palavra de solidariedade para com todos vós no triste momento em que a vossa liberdade (que também é a nossa) foi posta em causa pelos agentes prepotentes de uma entidade que dá pelo nome de PNPG.

    PS: A reportagem fotográfica está (como sempre) muito boa, e adorei particularmente da foto do montanheiro em contra luz… Magnífica!!!

    Um Abraço Montanheiro,
    Pedro Durães

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    1. Olá amigo Pedro,

      Obrigado pela 'visita' e pelas palavras.
      Esta autonomia valeu essencialmente pelo brutal percurso, paisagens e companhia.
      Mas foi também um enorme 'open eyes'!
      De resto acho que este Gerês é cada vez menos' nosso'.
      Parece-me cada vez mais uma serra de e para algumas elites. Mas isso são outras conversas, para quando nos encontrar-mos, por aí, numa serra qualquer.

      O montanheiro da tal foto afinal é montanheira! Grande Mónica! ;)

      Saudações montanheiras e até breve.

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  4. Aos montanheiros do blogue Trilhos a Norte:


    Serra da Estrela, 27 de Fevereiro de 1960

    “Preservação”

    Chama-se liberdade o bem que sentes,
    Águia que pairas sobre as serranias;
    Camam-se tiranias
    Os acenos que o mundo
    Cá de baixo te faz;
    Não desças do teu céu de solidão,
    Pomba da verdadeira paz,
    Imagem de nenhuma servidão!

    Miguel Torga

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