domingo, 29 de dezembro de 2013



Extensão e Duração    -    14.5 Km - 4:10 Horas
Grau de Dificuldade    -    Fácil / Moderado
Localização    -    
Serra D'Arga
Ponto de Partida / Chegada    -     Arga de Baixo, Caminha
Altitude mínima    -    465 m.
Altitude máxima    -    825 m.
 
 
 
       A última caminhada de 2013 levou-nos até á serra D'Arga. Na espectacular companhia de um amigo montanheiro lá fomos até Arga de Baixo para, a partir daí, nos fazermos á serra em busca de alguns dos seus mais misteriosos locais e segredos, percorrendo aqueles incríveis e ancestrais caminhos lajeados que tão bem caracterizam esta serra e que nos transportam para o seu interior e pontos mais elevados.
       Deixando Arga de Baixo para trás seguimos em direcção ao lugar da Gândara e antes lá chegar fizemo-nos á serra propriamente dita. Rapidamente chegamos ao alto do Campo Redondo de onde se tem umas boas panorâmicas da parte este da serra com vistas que se estendem até á costa e ao Atlântico.
       Subimos mais até ao Alto da Fonte da Urze, local bastante descaracterizado devido ás inúmeras eólicas que por lá "plantaram" e que, como já sabemos, arruínam qualquer paisagem ou cumeada. Continuando descemos até junto da enorme Chã de S. João que, vista do alto, impressiona pela sua planura e extensão.
       Contornando a chã apontamos em direcção á Fonte da Urze, local que muitas vezes é apontado como sendo a nascente do rio Âncora. Não me parece correcto apontar esse local como tal. Aliás, essa discussão não é nem nunca foi consensual.
       O Âncora é formado pela união de três 'regueiros': O Regueiro da Lapa do Ladrão, o Regueiro dos Enxurros e o Regueiro da Póvoa. O primeiro nasce na Chã do Guindeiro e é o mais curto, o segundo nasce nos lameiros da Chã Grande (que fica perto da S.ra do Minho) e o terceiro nasce das águas que brotam do sopé do Alto do Espinheiro, passa junto da Fonte da Urze (que o alimenta) e atravessa a Chã de S. João.
       Sendo o Regueiro da Póvoa o mais longo e aquele que nasce a maior altitude, acaba por não fazer qualquer sentido chamar á Fonte da Urze a nascente do Âncora. Esta acaba apenas por engrossar o caudal do Regueiro da Póvoa que, conforme podemos comprovar, vem bem mais de lá de cima, desde o sopé do Alto do Espinheiro, umas boas centenas de metros a montante. Parece-me tudo bastante claro.
       Seguindo o leito do tal regueiro lá nos aproximamos do Alto do Espinheiro que rapidamente subimos. Estávamos agora no ponto mais elevado da Serra D'Arga (825m.). Ao longe lá conseguíamos vislumbrar o santuário da Sra. do Minho por entre as nuvens negras que agora adensavam o céu. Do alto iniciamos a descida até á Porta do Lobo, outro local mítico desta serra e que carrega toda aquela tensão da eterna e inútil luta entre o homem e o lobo. Magnifico este local!
       Depois de uma pequena pausa tomamos o caminho lajeado que nos levou agora serra abaixo sempre pela margem direita do vale do Regato da Fraga até Arga de Cima, passando antes pelo moinho do Covão. Faltava agora fazer a ligação até Arga de Baixo e visitar mais dois locais emblemáticos: os moinhos da Gândara e o 'mítico' Pontão do Lobo. E se os primeiros lá estavam, bem restaurados, do Pontão nem sinal! Em conversa com residentes nas proximidades fomos informados que o Pontão do Lobo tinha caído em consequência do mau tempo e das cheias ocorridas dias antes.
       Eh pá! É preciso ter muito azar. Uma vida inteira á espera de ver com os meus olhos tal obra de engenharia de equilíbrios, e o caraças da obra-prima desmorona-se nas vésperas da minha visita! Desilusão!
       Era muito bom que as autoridades locais tivessem um pouco de sensibilidade e pelo menos tentassem reerguer, se é que isso é possível, aquela arcaica, ancestral e mítica ponte! Acredito que seja possível!
 
 
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     

6 comentários:

  1. Olá caminheiro
    Imagens muito belas da serra.
    Abraço e boas caminhadas
    Serafim (pisatrilhos)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá amigo Serafim,
      A serra D'Arga é repleta de belos recantos que nos proporcionam sempre belos momentos!
      Dá gosto lá pôr as 'botas'.
      Grande abraço.

      Eliminar
  2. Ola grandes amigos

    Ando um pouco afastado de tudo o que é blogs, até do meu :-(, mas fico feliz por saber que este vosso espaço está a ser bem sucedido. Força no projeto.

    Ate breve, e que nossos corações se encontrem na montanha.
    Um grandessíssimo abraço para vocês.

    Mountain4ever

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá grande Fábio;

      Obrigado pela simpatia!
      Muitas saudades de vocês e também dos belos 'posts' que publicas no teu Blog.
      Com certeza, num futuro breve, poderás dar mais do teu tempo á tua paixão pela montanha.
      Espero ver-vos em breve!

      Aquele abraço amigos.

      Eliminar
  3. Olá amigos,

    - Mais um belo texto daquela que foi sem dúvida alguma uma bela caminhada! Muito obrigado pela excelente companhia e acima de tudo pela genuína paixão que sentem pela montanha e pela humildade da partilha de sentimentos e experiências vivenciados nas mais belas montanhas de Portugal... e claro que a Serra D'Arga é um desses locais! É notório que possuis agora uma competente e talentosa "ferramenta de trabalho". Toca a "puxar o gatilho" amigo!

    Um Abraço Montanheiro,
    Pedro Durães

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Pedro,

      O que torna uma caminhada mais ou menos interessante nem sempre tem a ver com a beleza dos trilhos que pisamos ou com a espectacularidade das paisagens que nos rodeiam. A maioria das vezes essa magia acaba por vir da companhia daqueles que caminham ao nosso lado, das conversas simples em que a montanha se torna por algumas horas o centro do Mundo. Sem vedetismos nem falsos pretensiosismos.
      E não se precisa de mais nada, pois não?!
      Até breve camarada!

      Abraço montanheiro.

      Eliminar