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Extensão e Duração - 22 Km - 6:40 Horas
Grau de Dificuldade - Moderado / Dificil Localização - Serras da Peneda e do Soajo Ponto de Partida / Chegada - Gavieira - Arcos de Valdevez Altitude mínima - 665 m. Altitude máxima - 1420 m. |
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Esta caminhada era uma ideia antiga! Daquelas que por mais que nos tentemos abstrair, não deixa de nos ‘bater’ na cabeça. Consistia em, de uma só assentada, subir ao Castelo do Pedrinho (cume da serra da Peneda, 1374m.) e á Pedrada (cume do Soajo, 1416 m.), num trilho circular. Não importava o local a escolher para o início/fim da aventura, o importante mesmo era pisar os dois cumes.
Acabei por decidir fazer a abordagem a partir da Gavieira o que, de acordo com o percurso que tinha idealizado, me permitiria igualmente atravessar as três brandas desta aldeia: Bosgalinhas, Gorbelas e Junqueira. Á hora marcada lá estávamos nós no local combinado, eu e mais sete ’duros’ que aceitaram o desafio. Se por si só esse desafio já era bastante exigente, mais ficou quando tivemos de nos deparar desde bem cedo com o calor e as elevadas temperaturas. Partimos então da Gavieira em direcção á branda das Bosgalinhas á boleia do Trilho “Pertinho do Céu”, por um antigo caminho quase sempre empedrado que liga as duas povoações. Bem durinha a subida até esta primeira branda! Pequena pausa e abandonamos a branda, agora em direcção ao brutal planalto de Lamas de Vez, situado exactamente entre os dois principais objectivos do dia. Inesquecível aquele momento em que se dobra a encosta e nos deparamos com aquele enorme planalto verde, rasgado apenas por pequenas linhas de água que dão vida ao jovem rio Vez. Continuando o nosso caminho fizemos a aproximação ao leito quase seco do Vez, aproveitamos as pondras existentes para passar para a outra margem e fizemo-nos á primeira grande dificuldade do dia, a subida até ao Pedrinho! A parte inicial da subida é bem agressiva até se chegar junto de uma enorme mariola por ali existente e dali até ao Pedrinho é um pulinho, com declives já bem mais suaves. E lá estávamos nós! No topo da serra da Peneda, 1374 metros acima do nível do mar! Aproveitamos para descansar e saciar a fome mesmo ali, á sombra do enorme marco geodésico, a única sombra disponível num raio de vários quilómetros! Depois destes momentos de convívio descontracção era agora tempo de voltar a pôr as botas ao caminho a partir rumo ao outro grande objectivo, a Pedrada. Descemos até á Chã da Cruz e dai até Lamas de Vez. Atravessamos todo o planalto até atravessar a Corga das Forcadas e fizemo-nos á enorme ‘trepadela’ que nos levaria á Pedrada. O percurso é dificultado pela imensa camada de vegetação rasteira que nos ‘castiga’ a cada passada que damos, mas finalmente lá chegamos á Pedrada, topo da serra do Soajo com os seus 1.416 metros! Á nossa espera estava o famoso “Che da Pedrada”. Por esta altura havia já bastante cansaço e as reservas de água já se tinham acabado. Facilmente concluímos que abastecer de água só a passagem por Gorbelas. Do alto as vistas são incríveis! Recordo-me que enquanto descansávamos um pouco, contávamos as serras que conseguíamos identificar a nossa volta. E eram muitas. Gerês, Cabreira (Talefe), Amarela, Peneda, Arga, Larouco e outras que já não me lembro. Após uns minutos a desfrutar lá no alto iniciamos a descida até junto do início do muro direito do fojo do lobo da Seida que seguimos até ao respectivo poço. Impressionante este fojo com os seus enormes e extensos muros de granito. A partir do fojo seguimos por um velho caminho de pé posto que nos leva até Gorbelas. Finalmente podemos matar a sede e abastecer de água, cortesia do Sr. Manuel, um pastor ai residente. Esta já não foi a primeira vez que me cruzei com ele por aqueles lados. O cão dá o sinal e ele aparece logo á cena, ansioso por dois dedos de conversa, daquelas conversas que nos fazem ter vontade de ficar por ali o resto do dia e que nos ensinam muito do que é a vida na serra. Fala-se de tudo um pouco, mas confesso que desta vez fiquei intrigado com umas tais de “cobras foguete”. Parece que são raras mas fiquei cá com uma curiosidade! O tempo passava e a branda começava a ficar na penumbra. Lá continuamos por um espectacular caminho que contorna os campos de cultivo anexos á branda e nos leva muito rapidamente até á branda da Junqueira, a última desta caminhada que já ia longa. Este caminho de ligação entre as duas brandas tem zonas que está a ficar completamente fechado pela vegetação, na sua maioria mato, e se não for limpo a curto prazo corre o risco de se perder de vez. A Junqueira estava já na sombra das montanhas circundantes mas a imagem do casario lá no alto e os campos e lameiros estendidos a seus pés é de uma beleza singular. Deixando para trás a Junqueira foi só seguir o estradão de acesso até Gavieira, aninhada lá ao fundo no bonito e verdejante vale do Rio Grande, com a impressionante parede granítica das Quelhas a dominar a paisagem e com os últimos raios de sol ainda a tocarem as quinas mais altas. Chegava assim ao fim esta longa jornada. Bem durinha pela distância, os desníveis, a forte exposição solar e as temperaturas elevadas, o que me fez sonhar muitas vezes durante o dia com a mala de um carro, uma lancheira carregada de ‘minis’ geladas e uma loira de mini-saia de bandeja na mão. A loira não apareceu mas também não fez falta! Percurso efectuado: Gavieira > Branda das Bosgalinhas > Castelo do Pedrinho (1.374 m.) > Lamas de Vez > Pedrada (1.416 m.) > Fojo da Seida > Branda de Gorbelas > Branda da Junqueira > Gavieira Um grande abraço ao Pedro, ao Xavier, ao Jorge e á Susana, ao Rui França, ao Isidoro e á Alexandra, os sete “duros” que aceitaram o desafio e me acompanharam neste dia. Bem hajam! | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
domingo, 1 de setembro de 2013
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Olá amigo,
ResponderEliminarMais um belo texto, de (mais) uma bela jornada por esses montes fora. Foi com grande gosto que participei nesta grande «maloqueira», e ainda por cima com a "conquista" de dois cumes que desde há muito tempo ambicionava pisar (Pedrinho e Pedrada). Que venham mais «maloqueiras», é que a malta já está com saudades!
Queria agradecer-te pelo convite e também à tua cara-metade pela brilhante ideia que ajudou a conservar aquelas loiraças divinamente... geladas! Grande Alberto, Grande Mónica! Um Grande Bem-Haja!
Olá Pedro,
EliminarObrigado pela simpatia e, sobretudo, pela espectacular companhia deste e de outros dias!
Prepara-te porque quando menos esperares outra 'maluqueira' bate-te á porta! :)
Grande abraço.
Faço minhas as palavras do Pedro. Que bem souberam aquelas loiraças, ainda para com o calor que se fazia sentir. Abraços.
ResponderEliminarOlá Órion,
EliminarObrigado pela companhia e partilha neste dia!
Aquilo das loiraças acho que foi uma miragem provocada pelo calor e cansaço! :)
Abraço para ti e para a tua cara-metade.
Até breve!