quinta-feira, 25 de abril de 2013




Extensão e Duração    -    18 Km - 6:00 Horas
Grau de Dificuldade    -    Moderado
Localização    -    
Serra da Cabreira
Ponto de Partida / Chegada    -     Agra, Vieira do Minho
Altitude mínima    -    656 m.
Altitude máxima    -    1199 m.


      Embora trate todas as serras por igual e consiga ver qualidades em todas elas, tenho uma irresistível atracção pela Cabreira. É um facto incontornável!
      Esta serra está desde sempre ligada ao meu imaginário. É a serra que em criança podia observar desde a janela do meu quarto, uma espécie de janela para um mundo que hoje preenche o meu imaginário! É a serra onde nasce o Ave, rio que banha a minha aldeia de sempre e em cujas águas límpidas de outrora eu e os meus amigos de infância e juventude passamos magníficas tardes de Verão e irresistíveis momentos de liberdade! Foi também a primeira serra que eu alguma vez ‘trepei’, já lá vão mais de vinte anos!
      Portanto trata-se de uma ‘velha’ conhecida e como tal recebe-nos sempre da melhor maneira, oferecendo-nos sempre tudo o que de melhor tem para oferecer. E este dia e esta caminhada não foram excepção, principalmente quando se comemora um dos dias Maiores do nosso calendário: o Dia da Liberdade!
      Respondendo positivamente ao convite de um amigo montanheiro deslocamo-nos até á aldeia de Agra, típica aldeia de montanha, anichada na vertente sudoeste da Cabreira. O ponto de encontro e início de caminhada foi junto da antiga ponte românica sobre o rio Ave e dali partimos para mais uma apaixonante ‘Cabreirada’.
      Partindo então da ponte românica fomos ganhando altitude ao longo do vale do alto Ave. O objectivo era subir o vale até ao local onde, através da junção de três ribeiras que nascem nos pontos mais altos da cumeada, se forma o Rio Ave. Por esta altura afastamo-nos do vale do rio e subimos até ao Alto do Açougue de onde se podia de forma privilegiada observar todo aquele vale que tínhamos acabado de percorrer.
      Sem grandes demoras partimos dali em direcção á cumeada onde se localizam três fojos do lobo: o Fojo Novo, Entre Fojos e o Fojo do Pau da Bela. O objectivo inicial era visitar os três fojos mas como isso faria aumentar imenso o caminho a percorrer, subimos apenas em direcção ao Fojo do Pau da Bela, o maior dos três e aquele que se encontra em melhor estado de conservação. A partir daí subimos sempre junto de um dos muros do fojo até ao Alto da Bela, local onde atingimos a cota máxima deste percurso e de onde se tem umas panorâmicas espectaculares sobre toda a região e serras envolventes. As montanhas são assim: custa subir até ao topo mas depois de lá estar a recompensa excede em muito o esforço despendido!
      Decidimos que a pausa para o almoço seria no Alto do Trovão onde, para além de se ‘mimar’ o estômago, aproveitou-se para confraternizar um pouco, uma vez que o grupo era composto por pessoal de várias famílias montanheiras. Esse foi também um dos pontos positivos do dia: gente sempre disposta a conhecer e a partilhar a montanha e as experiências.
      Depois do almoço partimos para o que restava da jornada. E que resto! Abandonando o Alto do Trovão, descemos pela Encosta da Bragada e a partir dai foi… Magia! Bosques encantados, Floresta Mágica, chamem-lhe o que quiserem mas caminhar por entre aqueles bosques é… Mágico! Há locais onde simplesmente se pode caminhar descalço, de tão macio que é o tapete de musgos que se estende diante de nós. Enormes árvores a rebentarem por todos os lados. Tudo é verde e verde e mais verde!
      E assim chegamos ao Alto da Raposeira de onde se tem a melhor das perspectivas sobre a Costa dos Castanheiros ou se preferirem a ‘Floresta Mágica da Cabreira’. A partir daí descemos ao encontro do Ribeiro da Laje e penetramos novamente por entre aquele mundo encantador, seguindo por um espectacular trilho que atravessa todo aquela valiosa mancha florestal que, muito infelizmente, os nossos ‘amigos’ do BTT e Motocross se têm esforçado imenso para o… destruir! Uma pergunta a esse pessoal: Para quê tanta fitinha? São assim tão totós que não conseguem ver o caminho? Por favor, usufruam mas não destruam o que de melhor temos! A gente agradece!
      E aos poucos fomo-nos aproximando da aldeia e do fim desta jornada. Tudo e que ficava para trás deixava já saudades. Chegados a Agra houve ainda tempo para mais um belo momento de confraternização e convívio na Casa do Andarilho, onde se brindou a mais um dia de celebração da Liberdade e se fizeram planos para um regresso a estas montanhas e florestas abençoadas.
      Um agradecimento a todo o grupo pela simpatia e belos momentos de partilha vividos e em especial ao Pedro Durães e ao Rui França, pelo convite, pela partilha de conhecimento e pelo amor incondicional a esta serra que é de todos nós!