Uma semana depois daquela brutal actividade no Nariz do Mundo rumamos a Montalegre para, pela primeira vez, pôr nas botas na serra do Larouco. O objectivo era a subida ao Deus Larouco a partir de Padornelos e fazer uma espécie de travessia do maciço da serra, descendo depois ao encontro de Gralhas e a partir daí fazer a ligação até Padornelos.
As condições climatéricas não eram as melhores e ao longo do dia tivemos de tudo: pequenos chuviscos, nevoeiro cerrado, muito vento frio e forte, neve (caiu por duas vezes) e Sol, que quando abria sabia mesmo bem e formava espectaculares arco-íris, dos mais belos que alguma vez pude observar.
A subida é dura principalmente até atingirmos a zona da Fonte da Pipa, local onde nasce o rio Cávado. Aí fomos brindados com visão de dois corços que fugiram por entre o nevoeiro. Aliás, acima dos 1.450 metros o nevoeiro reinava.
Atingido o Deus Larouco, a terceira maior elevação de Portugal continental com 1.527 metros, seguimos na direcção NE atravessando toda a serra para depois efectuar a descida até Gralhas através de um caminho que lentamente e ao longo de vários kms vai descendo a encosta até ás imediações da aldeia. Por esta altura o Sol brilhou por bastante tempo o que nos permitiu obter belas panorâmicas, principalmente de todas aquelas aldeias situadas no sopé do maciço do Larouco, tais como: Meixedo, Gralhas, Solveira, Santo André e Vilar de Perdizes. É simplesmente espectacular observar todos aqueles aglomerados populacionais desde o alto da serra!
A partir daqui seguimos por vários e belíssimos caminhos rurais que nos levaram a passar a sul do Gavião, depois junto do Pedregalho até chegar-nos a Padornelos, o nosso ponto de partida.
Foi uma jornada feita em bom ritmo em que o principal obstáculo, para além daquela brutal subida inicial, foi mesmo o tempo adverso e as baixas temperaturas que se fizeram sentir. Mas claro, estamos em Montalegre e aqui o Inverno impõe respeito.
Fica a promessa de voltar!
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