Trilhos a Norte

Leonte - Mourô - Borrageiro - Conho - Messe - Costa da Sabrosa - Albergaria - Leonte
Extensão e Duração    -    15 Km - 5:30 Horas Grau de Dificuldade    -     Moderado / Dificil Localização    -     Serra do Gerês Ponto de Partida / Chegada    -     Portela de Leonte - Gerês Participantes    -     Alberto - Mónica - Joaquim
Em Outubro passado decidimos efectuar esta caminhada. Dirigimo-nos á Portela de Leonte mas nem chegamos a iniciar a subida. Motivo: começou a chover e caiu um nevoeiro cerrado que mesmo depois de mais de uma hora á espera não se via maneira daquele temporal melhorar. Fomos obrigados a adiar a actividade ficando destinada para o início de Dezembro.      Chegamos a Leonte pouco passava das 8h. da matina e já lá estava outro povo montanheiro a agrupar-se para subir a serra. Preparamos as mochilas e enveredamos montanha acima num passo rápido e certo. Rapidamente chegamos ao prado de Mourô. Os primeiros raios de sol apareciam agora por detrás dos cumes mais elevados onde se começava igualmente a vislumbrar neve caída nas vésperas, no primeiro nevão da época. Embora estivesse um dia que prometia muito sol, estava bastante frio e á medida que ganhávamos altitude mais o sentíamos.      Á passagem pela Freza apareciam os primeiros resquícios de neve, principalmente nas encostas viradas a norte. Mais acima á passagem pela Chã da Fonte já a neve era muita e iniciamos então a subida final que nos levaria ao alto do Borrageiro.      Decidimos fazer a abordagem ao cume pelo lado sudoeste. A esta altura da subida a neve e o gelo abundavam e nas zonas com mais vegetação facilmente nos enterrávamos, ficando por vezes com neve acima dos joelhos. O vento soprava cada vez mais forte e frio mas chegados ao topo, a 1.430 metros de altitude, todo o panorama á nossa volta era maravilhoso e recompensador. Um enorme manto branco cobria os picos mais elevados da serra e por cima de nós um céu azul salpicado por pequenas nuvens que mais pareciam terem sido desenhadas. De repente, em poucos segundos, caiu um nevoeiro cerrado e as temperaturas tornaram-se ainda mais gélidas, coisas típicas das montanhas que nos fazem ficar maravilhados e ao mesmo tempo algo apreensivos.      Depois de uns 15 a 20 minutos á espera lá se começou a dissipar o nevoeiro. Era preciso seguir caminho. Descemos um pouco na direcção este para dar uma espreitadela á Rocalva, e lá estava ela ao fundo com toda a sua imponência. Seguimos depois em direcção á lomba de Pau para retomar o caminho em direcção ao Conho.      O prado do Conho estava sublime, com uma mistura de cores impressionante: o branco da neve, o verde dos pastos a descoberto, as cores outonais da folhagem dos carvalhos, enfim, lindo! Voltamos a encontrar o grupo de Leonte, duas de conversa e rumamos aos prados da Messe. O caminho é rápido e sempre com as Albas do nosso lado esquerdo a dominar a paisagem. Chegados á Messe encontramos pessoal abrigado na cabana, que partilhamos para que pudéssemos almoçar resguardados do vento frio.      Depois do repasto "fizemo-nos á vida" novamente. Subimos o Lombo do Burro e seguimos o velho trilho que nos levaria a passar ao lado dos prados Caveiros, encimados pelo cabeço do Cantarelo, até á costa da Sabrosa, deixando assim as zonas com neve para trás. A descida da Sabrosa é um teste á nossa paciência, desce que se farta! Durante a descida avistamos cabredo a dirigir-se em direcção á ribeira do Forno, mas rapidamente se esconderam por trás da penedia. Daqui as vistas sobre a mata da Albergaria são fenomenais. Que cores! Ao longe havia neve no alto da Louriça. Chegados á estrada faltava agora percorrer a mesma até á Portela de Leonte.      Foi uma caminhada feita em bom ritmo e que bem que sabe por o físico á prova! Em relação á neve veio dar um toque especial á actividade que á muito estava marcada, os deuses é que assim quiseram. Em Outubro mandaram-nos para casa de "mãos a abanar", desta vez presentearam-nos! Felizes coincidências!      Mas o que a gente gosta é de caminhar, sempre em boa companhia, seja ele no Gerês, na Cabreira, no Marão ou no jardim lá de casa! Porque com ou sem neve, esteja frio ou calor, isso são apenas pormenores e a motivação é sempre a mesma… Caminhar!